quarta-feira, agosto 25, 2010

Metade dos pais não matricula filhos

O medo de os filhos sofrerem preconceito, não conseguirem se locomover dentro da escola ou até mesmo não terem condições de aprender as lições leva 53% dos pais de crianças com deficiência a não matricularem seus filhos nas escolas. O dado foi revelado em uma pesquisa feita pelo Ministério do Desenvol­vimento Social abrangendo as famílias atendidas pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) por viverem em estado de pobreza. De 190 mil famílias entrevistadas, 68% têm filhos matriculados, outros 18% já passaram pela escola e 14% nunca estudaram.
A pesquisa faz parte das ações do programa BPC na Escola, que busca fomentar a inclusão de crianças e adolescentes de até 18 anos na educação formal. Como o tema é novo, a coordenadora geral de acompanhamento dos beneficiários pela Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério de Desenvol­vimento Social, Elyria Credidio, acredita que os pais têm essa percepção por fazerem parte de um grupo menos instruído e pouco consciente de seus direitos. “São famílias em condições de extrema vulnerabilidade, que têm dificuldades de transporte, poucas informações e, além disso, com o filho frequentando a escola elas temem que a criança possa se desenvolver e perder o benefício”, acrescenta. A meta do programa é reverter esse quadro com ações interministeriais.
Para a assistente social Silva­na Chaves, que acompanha famílias beneficiárias na Associação Ponta-grossense de Assistência à Criança Defi­ciente (Apacd), a inclusão dessas crianças ajuda todo o processo de inclusão. “A criança vai ter um ganho porque está se socializando com outras crianças e os outros alunos também porque vão aprender a conviver com estudantes com deficiência”, opina.
O benefício é um direito constitucional e garante que famílias que tenham idosos ou pessoas com deficiência, com renda per capita inferior a R$ 127,50, possam receber mensalmente um salário mínimo do governo federal. Hoje no Brasil 1,7 milhão de crianças e adolescentes com deficiência recebem o benefício, entre elas 85,5 mil no Paraná.

GAZETA DO POVO

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