Por: Depto. Imprensa - Prefeitura Municipal de Praia Grande
A assistente técnico-pedagógico (ATP) da rede municipal, Ana Cláudia Rosendo Carls, fala sobre inclusão de alunos especiais no ensino regular com muita propriedade e domínio. Não é à toa. Além de atuar diretamente com alunos portadores de deficiências e orientar pais e professores sobre como lidar com eles, Ana Cláudia já sofreu na própria pele os preconceitos enfrentados pela maioria das pessoas especiais. Ela é portadora de paralisia cerebral, deficiência que, no seu caso, afetou a parte motora (movimentos), preservando a intelectual. Alheia aos que colocavam em dúvida seu potencial, Ana Cláudia ingressou como professora da rede, em 2001, por meio de concurso público, e há dois anos, tornou-se ATP de inclusão, depois de passar por prova escrita, entrevista e apresentação de projeto, como qualquer outro candidato.
Para compartilhar um pouco de sua experiência como profissional da área, Ana Cláudia participou da gravação de uma vídeo-aula, que será exibida para 65 alunos do curso de pós-graduação em Educação Inclusiva da Unimes. O convite partiu da professora da disciplina Fundamentos da Educação Inclusiva, Dejenane Aparecida Pascoal Pereira.
“Entendo que a Educação Inclusiva em Praia Grande tem sido bem sucedida. Por isso, quis trazer um pouco dessa experiência aos meus alunos por meio da entrevista com a Ana Cláudia que, além de atuar na área, tem uma história pessoal muito rica”, afirmou Dejenane.
Do alto de sua vivência, Ana Cláudia enfatizou, durante a entrevista, a diferença que o professor faz no desenvolvimento do aluno especial. “Ele é uma peça-chave na vida da criança, tendo o poder de incentivá-la a superar suas dificuldades e desenvolver seu potencial. Mas, dependendo de sua postura, o professor também pode limitar totalmente as possibilidades desse aluno, desestimulando não apenas ele, mas também seus pais”, analisou, relembrando algumas experiências dolorosas que viveu em sua vida escolar. “Tive professores que me ajudaram e outros que me prejudicaram muito. Um deles, por exemplo, tentou me reter só porque minha letra era feia devido à dificuldade motora. Não levava em conta minhas notas excelentes e meu raciocínio perfeito”.
A profissional também destacou os benefícios da convivência entre crianças comuns e especiais. “Não é só o aluno deficiente que se beneficia ao estar incluso numa classe de ensino comum. Os demais estudantes aprendem a conviver com as diferenças, passam a aceitá-las com mais naturalidade e levam esse olhar para sua própria casa”, ponderou, acrescentando. “As crianças de antigamente riam de um deficiente. Hoje, elas convivem e respeitam”.
Ana Cláudia ressaltou, ainda, a estrutura existente em Praia Grande nessa área, enfatizando que o município atende tudo que é preconizado pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e Ministério da Educação (MEC). “As escolas são adaptadas fisicamente para receber alunos deficientes. Também possuem todos os recursos necessários para atendê-los, como cadeiras de rodas, mobiquins, andadores e outros materiais”, disse. Frisou, ainda, que, além da orientação das ATPs, os professores têm a oportunidade de participar de cursos e capacitações na área inclusiva, promovidos pelo Município.
Encerrando a entrevista, a educadora incentivou as pessoas a terem um novo olhar sobre a vida. “As pessoas julgam as outras pela sua aparência, pela roupa e por outros detalhes; da mesma forma, muitos me vêem na rua e duvidam de minha capacidade. É preciso mudar essa forma de olhar”, diz, completando: “Se precisamos incluir alguém, é porque está excluído. Precisamos mudar essa situação para que daqui a alguns anos não seja necessário falarmos em inclusão”.
Para a professora Dejenane, a vídeo-aula com Ana Cláudia contribuirá muito com o aprendizado de seus alunos. “Dá para perceber que ela faz seu trabalho com paixão e vontade. Sua contribuição será extremamente valiosa para a formação desses futuros profissionais em educação inclusiva”.
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29 de agosto de 2.008

segunda-feira, setembro 01, 2008
Paralisia cerebral não impede sucesso profissional de pedagoga
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Educação Inclusiva
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