terça-feira, março 24, 2009

Seminário discute educação inclusiva

A rede de ensino público de Fortaleza vai ter 26 salas multifuncionais para atender aos alunos com necessidades especiais. Hoje são 2.306 matriculados. "Esse é o nosso principal avanço na área", afirma Adriana Limaverde, supervisora do atendimento educativo especializado da Secretaria Municipal da Educação. A escolha das 26 unidades que receberão as salas multifuncionais levou em conta o número de alunos especiais matriculados e a estrutura da escola.

A reforma para adaptação das salas deve terminar no fim do semestre. Dezesseis salas serão assumidas inteiramente pela Prefeitura e dez contam com a parceria do Ministério da Educação (MEC). "Não é para atendimento clínico. É atendimento educacional", reforça Adriana. A implantação das salas é o tema central do Seminário de Educação Inclusiva que segue até sexta-feira.

O encontro reúne uma centena de professores, diretores de escola e secretários de educação de 20 municípios localizados na área de influência da Capital. Como a professora Silvana Peixoto, de Apuiarés. Ela trabalha numa sala com 30 alunos especiais no Centro de Referência da Assistência Social. "Já tiramos cinco da nossa classe e mandamos para escolas públicas", conta.

"Um encontro desse é uma benção!", diz Silvana. A palestra de abertura foi do professor visitante da Universidade Federal do Ceará, o canadense Jean-Robert Poulain, PHD em inclusão educacional. "É fácil falar, mas como podemos realizar a educação inclusiva? As condições centrais são atitudes e valores", disse Jean.

"Muita gente acha que um aluno de classe popular com dificuldade de aprendizagem é um aluno com alguma deficiência", afirma Adriana Limaverde. Para ela, o desafio maior é aprender a lidar com a deficiência intelectual. "A surdez, a deficiência visual, todas têm no atendimento um recurso objetivo como braile ou libras, mas as questões de desenvolvimento e aprendizagem são subjetivas" afirmou ela.

SAIBA MAIS

> Os alunos com deficiência devem ter sentimento de pertencer ao grupo. Devem ser acolhidos tal qual os outros.

> Todos os alunos devem se dedicar simultaneamente aos mesmos tipos de atividades de aprendizagem, embora os objetivos possam ser diferentes.

> A experiência de educação deve ser equilibrada. O professor precisa se preocupar tanto com as aprendizagens escolares e funcionais, quanto com as aprendizagens produtivas e sociais.

O POVO Online

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