A biblioteca Helena Kolody, da Escola Municipal de Educação Especial Helena Wladimira Antipoff, no Boqueirão, tornou-se um dos espaços preferidos de boa parte dos 333 estudantes da escola. No espaço, inaugurado em agosto do ano passado, acontecem atividades muito criativas de incentivo à leitura e de formação de leitores. Além do empréstimo de livros, gibis, jornais e revistas, a biblioteca é o cenário onde histórias são contadas com a ajuda de livros fantoches, música e de outros objetos lúdicos.
As atividades na biblioteca são desenvolvidas pela agente de leitura Diane Rauber Krackeker, que é professora de literatura da escola com formação em educação especial. O projeto de incentivo à leitura envolve desde os bebês até estudantes de 30 anos atendidos na escola, todos com deficiência, e que estão encontrando na literatura uma fonte prazerosa para o desenvolvimento intelectual.
"A biblioteca e o acervo de boa qualidade nos dão condições de executar projetos e atividades que auxiliam no desenvolvimento destes estudantes com características e necessidades diferenciadas", diz a professora Diane.
Cada turma representa um desafio diferente para a professora Diane que organiza momentos diferenciados, considerando as necessidades de cada novo grupo de estudantes que entra na biblioteca. "A escolha dos livros é muito subjetiva por isso deixo que eles optem pelo que querem ler. A partir daí elaboro uma forma de fazer com que o estudante interaja com a história. Pode ser com cartazes, com a ajuda da música, cartazes ou de fantoches", diz a professora.
Localizada em uma sala estratégicamente construída na entrada da escola, para dar acesso à todos, incluindo as famílias, a biblioteca é uma das 120 unidades da Rede Municipal de Bibliotecas Escolares. Antes de ser inaugurada, a escola contava apenas com um espaço de leitura.
Dedicação - Integrada a rede, a biblioteca aumentou o acervo hoje formado por 2.300 títulos, computador e espaço para a leitura e a pesquisa. Todo o material está catalogado em rede, o que permite melhor organização e sistema de empréstimos para estudantes e para a comunidade. Além do espaço especialmente preparado e da riqueza dos livros que formam o acervo, a dedicação da professora Diane tem feito a diferença para que os estudantes descubram o prazer da leitura.
Ela foi responsável por transformar em fantoches de tecidos coloridos os personagens das histórias mais apreciadas pelos estudantes, como por exemplo, as centopéias da história "As centopéias e seus sapatinhos", escrita por Milton Camargo. "Eu adoro ouvir as histórias contadas com os fantósticos", disse a estudantes de 5 anos, Kethelin Amorin, referindo-se aos fantoches..
O silêncio das crianças para a contação de histórias e o envolvimento durante as rodas de leitura deixam claro a aprovação pelas atividades. "Eu adoro ver os livros e levar para minha casa. A minha mãe lê para mim e meus irmãos", disse Guilherme de Oliveira, de 10 anos.
Para o diretor da escola, Ronaldo Schwatz a criação da biblioteca e a integração em rede deram melhor organização aos trabalhos de literatura já desenvolvidos na escola. Pedagogicamente os ganhos também foram muito satisfatórios. "A dedicação da professora que tem estimulado a leitura está fazendo a diferença para os estudantes", disse Ronaldo que considera que para o estudante especial, a literatura tem o dobro de importância do que para o estudante do ensino regular.
"São estudantes com carência intelectual e social. A pobreza e a exclusão, realidade vivida pela maioria de nossos estudantes, podem ser causas da deficiência", diz Ronaldo. O diretor considera positivo os estudantes levarem para suas casas, livros de qualidade.
"A maioria tem jornais em casa porque é a matéria prima dos pais que trabalham com a reciclagem. Com a revista, gibi ou livro levados da biblioteca eles levam um pouco da escola para dividir com a família", diz Ronaldo.
Antes de 2005, a Rede Municipal de Ensino contava com 45 Faróis do Saber e 23 bibliotecas em escolas. Com a implantação da Rede de Bibliotecas Escolares, em 2005, o número de unidades dedicadas à leitura e pesquisa passou para 120, com previsão de chegar a 160 até 2012. O acervo da Rede é de 700 mil livros. O investimento da Prefeitura na formação de leitores inclui a formação e a permanência de agentes de leituras capacitados em todas as bibliotecas.
BEM PARANÁ
terça-feira, maio 26, 2009
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