A crença popular de que só utilizamos 10% da nossa capacidade cerebral não passa de um mito criado pelo facto de o cérebro humano ser o sistema vivo mais complexo do Universo.
Quem o diz é João Malva, presidente da Sociedade Portuguesa de Neurociências e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, questionado pela Lusa a propósito da Semana Internacional do Cérebro, que decorre a partir de domingo em todo o país.
"A actividade do cérebro é extremamente dinâmica, varia a cada milissegundo e é portanto impossível quantificar numa determinada circunstância qual a percentagem que está a ser utilizada" - afirmou.
"A capacidade do cérebro é imensa e funciona de forma integrada e global", pelo que afirmar que só usamos 10% é uma "quantificação perfeitamente ilícita" - acrescentou, em declarações à Lusa.
As técnicas de imagiologia cerebral mostram isso mesmo, ou seja, que todo o cérebro está em actividade permanente e é extremamente mutável, dependendo das diferentes tarefas que a pessoa desempenha num determinado momento.
Além disso, os estudos metabólicos do processamento de químicos cerebrais pelas células indicam que não há partes inactivas deste órgão em condições normais, e mesmo durante o sono.
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